SACRAMENTOS DO CULTO ANGOLA

SACRAMENTOS DO CULTO ANGOLA

SACRAMENTOS DO CULTO ANGOLA


 

No Culto Angola os sacramentos são sete:

 

 v  MASSANGUÀ – Ritual de batismo de água doce (menha) na cabeça (mutuè) do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kesso (obi). 

 

 v  2. NGUDIÀ MUTUÈ – (Bori) – ritual de colocação de forças (kalla (Angola) = aşę = muki (Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.

 

 v  3. NGUECÈ BENGUÈ KAMUTUÈ – ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.

 

 v  4. NGUECÈ KAMOXI MUVU – ritual de obrigação de 1 ano (kamoxi – dofono – 1); (muvu = ano).

 

 v  5. NGUECÈ KATÀTU MUVU – ritual de obrigação de 3 anos (nguecè = obrigação); (katàtu = 3). Nessa ocasião faz-se o ritual de mudança de grau do santo.

 

 v  6. NGUECÈ KATUNU MUVU – ritual de obrigação de 5 anos – preparação idêntica a 1 ano.

 

 v  7. NGUECÈ KASSAMBÀ MUVU – ritual de obrigação de 7 anos – quando o iniciado receberá o cargo , passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (zelador) ou Mametu Nkisi (zeladora).

 

 Obrigação só para rodantes, porque kota (ekedi) e kambondo (ogã) já estão prontos na feitura.

 

Em Angola quem passa cargo são os enredos de Oxum. Isto é, não é preciso ser filho de Oxum, mas é Oxum quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.

 

 Após 7 anos as obrigações se renovarão a cada ano, com rito de obi ou bori, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar, e conservar o indivíduo forte, transformando-o em KUKALA NI NGUZU – um ser forte.

 

 v  KUENHA KELÈ – sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a KUZUELA = ilà.

 

 ORDEM DE BARCO DO CULTO ANGOLA

 

 

 

1° – KAMOXI

 

2° – KAIARI

 

3° – KATATU

 

4° – KAKUANAM

 

5° – KAKATUNO

 

6° – KASSAGULU

 

7° – KASSAMBÀ

 

 

 

TÍTULOS HIERÁRQUICOS

 

 

 

1.TATA NKISI – zelador

 

 v  2. MAMETU NKISI – zeladora

 

 v  3. TATA NDENGE – pai pequeno

 

 v  4. MAMETU NDENGE – mãe pequena (há quem chame de Kota Tororò, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida)

 

 v  5. TATA NGANGA LUMBIDO – Ogã guardião das chaves da casa

 

 v  6. KAMBONDOS – ogãs

 

 v  7. KAMBONDO KISABA – ou TATA KISABA – ogã responsável pelas folhas

 

 v  8. TATA KIVANDA – (aşogun) – sacrificador dos animais

 

 v  9. TATA MULOJI – ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças

 

 v  10. TATA MAVAMBU – ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (homem. Zeladora deve ter um, porque mulher não pode cuidar. Mulher só mexe depois que não menstrua mais).

 

 v  11. MAMETU MUKAMBA – cozinheira da casa

 

 v  12. MAMETU NDEMBURO – mãe criadeira da casa (ndemburo = runko)

 

 v  13. KOTA – em outras nações ekeji

 

Todos os mais velhos, que já passaram de 7 anos mesmo sem dar obrigação, ou que ficaram na casa são também chamados de Kota.

 

 v  14. TATA NGANGA MUZAMBÙ – babalawo – pessoa preparada para jogar búzios

 

 v  15. KUTALA – herdeiro da casa

 

 v  16. MONA NKISI – filho de santo

 

MONA MUHATU WÀ NKISI – filha de santo (mulher)

 

MONA DIALA WÀ NKISI – filho de santo (homem)

 

 v  17. TATA NUMBI – não rodante que trata de Baba Egun – OJE.

 

 Geral:

 

 Muzenza – dança do iniciado

 

 Uma das modificações quando o santo muda de grau é a posição das mãos. Quando é novo coloca as mãos do lado direito (santo homem) ou do lado esquerdo (santa mulher). Com 3 anos coloca as mãos para trás abaixo da cintura, e depois coloac as mãos para trás acima da cintura.

 

 MONA MUKI AMASE – (dijina) Mona = filho; muki = força; amase = águas

 

 Pedir o nome do orixá:

 

 ORIŞA ORUKǪ = NZAMBI APONGO MARAE KATU MANDARA

 

 DEKÁ – RITUAL SÓ PARA O HERDEIRO DO TERREIRO POR OCASIÃO DE FALECIMENTO DO DONO DA CASA.

 

 CUIA = KIJINGÙ = ǪDUN EJE

 

 v  A ordem do Barco no Angola já foi vista.

 

 v  ORDEM DE BARCO NO KETU

 

 v  Dofono

 

v  Dofonitinho

 

v  Fomo

 

v  Fomotinho

 

v  Gamo

 

v  Gamotinho

 

v  Vimo

 

 v  Qualquer barco só pode ser de 7. Se houver 8 iyawo, o oitavo é dofono de outro barco.

 

 v  Rei de Jeje – Bessém

 

v  Rei de Angola – Kitembu (Tempo)

 

v  Rei de Ketu – Xangô (Alafin de Oyo)

 

 v  Ajeun = Adonu = Ngudia

 

v  3 pilares de Jeje : Bessém, Ajunsun, Saboadã.

 

 v  Numa casa pode ter Hangolo e Hangoloméa. O que não pode ter é  do mesmo sexo.

 

 v  Tempo traz Obaluaiye

 

v  Tempo traz os encantamentos do Angola

 

 v  INZO ou SENZALA (Angola) = ILE (Ketu) = ABAÇÁ ou KUE (Jeje)

 

 v  a – e – i – o – u não se encontra com consoantes no início de palavras. apenas se coloca para representar o som.

 

 v  Não se despacha Xangô nem Oxalá de filhos mortos. Coloca-se na casa apropriada junto aos santos dos zeladores já falecidos (igba vira igbó)

 

 v  Quem bola deve ser deitado de bruços com a mão esquerda na terra para absorver energia e a mão direita  para cima.

 

 v  IFURU ou OXOFURU – Qualidade de oxalá que pega outras cores, não se raspa,  se cultua no escuro, à luz de velas, em local com paredes cobertas por panos coloridos.

 

 

 

ESTRUTURA FÍSICA DO BARRACÃO NO ANGOLA

 

 O barracão da nação Angola recebe dentro do culto o nome de INZO (nzo) (também SENZALA) – O termo Inzo é oriundo da língua Kimbundu, no dialeto umbundu, e quer dizer CASA ou TERREIRO.

 

Divide-se em várias partes rituais e outras litúrgicas, com nomes próprios do culto Angola, como veremos a seguir:

 

 v  SAMBILÈ – Espaço na casa onde se fazem os rituais públicos e danças ritualísticas, etc (Barracão)

 

 v  ANGOMI DUILO – Cumeeira

 

 v  LAMBURU – Chão da casa

 

 v  INZO PAMBUNJILA – Casa de Exu

 

 v  LEMBACI – quarto destinado aos santos do zelador, junto com o santo do primeiro ogã e da primeira ekeji.

 

 v  KASSIMBA – poço

 

 v  INDEMBURO - runkò

 

 v  INZO JAWÀ – Casa do agbo onde ficam os porrões de agbo dos filhos.

 

 v  PAGODÒ ou KATUJI – banheiro (baluwé)

 

 v  INZO KITEMBU – Casa de Tempo

 

 v  INZO YOMBETÀ – casa dos numbes (eguns)

 

 v  INZO KALUNGOME – Casa dos santos de pais de santo mortos, também Oxalá e Xangô dos filhos. (ILE IGBOSAIN) fica situado em locais mais isolados da roça.

 

 v  JUREMA ou ALDEIA – Local dos assentos dos caboclos

 

 v  INZO MUZAMBÚ - Quarto preparado para o jogo de búzios.

 

 INZO KASSUBENKA ou GONZEMO – Quarto dos assentamentos dos filhos da casa

 

PEPELE – Local dos ngoma (atabaques).

 

 v  NGOMA: Conjunto dos 3 atabaques. Rum = ngoma; rumpi = ajeongoma; lé =  gonguê

 

v  Moedas para o culto têm que ter figura humana. É louvada uma figura de egun. É energizada (antigamente se plantava no chão um cadáver (de inimigo no Angola, de parente no complexo iorubá)

 

v  Xangô deve ser alimentado no meio do barracão. Ele é também dono da cumeeira, e deve pegar as forças de cima e de baixo.

 

v  Ketu planta Tetun; Jeje, Intoto; Angola, ver na apostila (são 3)

 

v  Planta-se energias ligadas ao dono da terra, Kavungo.

 

v  O oxu (vulgarmente chamado adôxo) no Ketu = Kuntunda (Angola) = Afexun (Jeje)

 

v  A comida dos orixás se serve fria, porém a comida de Xangô se serve morna, e a de Baru quente.

 

v  Dizer que Xangô abandona o filho quando morre porque tem medo da morte é lenda. Xangô não gosta de frio, por isso se afasta.

 

v  Só se coloca na cumeeira Oxalá, Xangô, Oxun, Yemojá.

 

v  Não se coloca santo de cabeça na cumeeira. Se por exemplo for de Xangô com Yemanjá coloca Oxalá e Oxum. Pelo arquétipo escolhe os santos que vão para a cumeeira. Por exemplo, se for regido pelos 4, escolhe qualidades diferentes. Pessoa de Lemba + Danda que carrega Zazi e Kaiala, coloca uma outra qualidade, nos caminhos de Airá (Osi e Bonã), no Angola Luango e Luvango.

 

v  Angomi Duilo é o equilíbrio com o Lamburu.

 

v  chão leva as 16 favas dos  orixás, e as demais coisas. No chão comem eguns.

 

v  As obrigações de chão e cumeeira devem ter uma periodicidade relativa com o movimento da casa.

 

v  Entretanto em todo dia de toque deve ser colocada pelo menos uma canjica na cumeeira. A canjica calçada com quiabos é ótima opção (ver receitas)

 

v  Quando se raspa um total de 7 filhos deve-se abrir o chão e energizar de novo.

 

v  No barracão só existe o Bara do zelador. O nosso Bara fica na nossa casa.

 

v  Kassimba – poço ritual – faz-se obrigações para Nanã no Angola.

 

v  O culto a Oxumarê no poço é de Jeje.

 

v  Jeje não tem Nanã.

 

v  Existe uma Oxum do poço, mas ela precisa ser assentada num poço à parte, quando for o caso.

 

v  O único ogã que joga é o Agoxan

 

v  Logun = Ajaunsi (Jeje)