A BASE DO CRISTIANISMO É A BÍBLIA. E QUAL É A BASE

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A BASE DO CRISTIANISMO É A BÍBLIA. E QUAL É A BASE

Muita gente ao ler este capítulo não irá concordar com muitas coisas, como por exemplo, a aplicação da filosofia de Ifá ao candomblé.

 

Pois bem... Para que isso não aconteça, vai um recado:

Independentemente de religião, Orúnmilá-Ifá é um Orixá, e que por sinal – o da sabedoria. Logo, se o candomblé cultura Orixá, cultua também a Ifá. Para se cultura Orixá, precisa-se de sabedoria e para ter sabedoria, devemos seguir Ifá.

 

Então, para quem ainda não sabe: Ifá também está no candomblé.

 

Para conseguirmos essa resposta, precisamos primeiro fazer a seguinte indagação: o que faria o candomblé uma religião mais feliz com seus povos mais unidos?

        Certamente o conhecimento. Certamente os estudos

 

Eu até gostaria de ressaltar o conhecimento de Ifá. Mas, porque o conhecimento de Ifá? Porque esta divindade está direcionada ao conhecimento e a sabedoria. Existe um ensinamento muito interessante de Ifá baseado no Odú Iká Ofún e que irei passar para todos vocês.

 

Não se trata de imposição. Não se trata de verdade absoluta. Trata-se de uma filosofia que prega o bem da humanidade.

 

O candomblé é baseado em muitas filosofias. Todas baseadas nos ensinamentos dos Odús. Logo de cara, não são dogmas bíblicos, e muito menos, falso moralismo cristão.

 

Poucas pessoas sabem que existe uma herança moral que nos foi deixada. Essa herança moral está baseada em Ifá através do Odú Iká Ofún e que muitos ainda desconhecem. Seria interessante que todas as pessoas do candomblé soubessem sobre isso, pois, nós veríamos um resultado positivo muito grande dentro de respectiva religião.

 

Itàn Odú Iká Ofún:

 

Quando os Irúnmolés (os deuses maiores) chegaram a terra, realizaram todos os tipos de ações abomináveis – reprovadas aos olhos de Olorum. Fizeram todas as cosias que lhes foram avisadas que não fizessem.

Então, de repente, muitos desses começaram a morrer progressivamente. Houve morte em massa... Uma seguida da outra.

Desesperados e sem saber o que fazer, eles começaram a gritar e a acusar Orúnmilá de todas aquelas mortes. Orúnmilá então, se defendeu, alegando que não era ele o culpado daquelas mortes. Ele disse que as mortes estavam acontecendo porque uma série de ensinamentos foram passados por Ifá e que os mesmos não estavam sendo cumpridos.

 

O primeiro Ensinamento de Ifá:

 

Eles, os dezesseis, caminhavam sobre a terra em busca de Ilè Ifé – a terra do amor. Sabiam que lá poderiam encontrar o bem da longevidade (Ire Arikú). Então, os dezesseis perguntaram a Orúnmilá: “Viveremos vida longa como foi prometido?” (...) os adivinhos responderam: “Aquele que pretende vida longa que não evoque a Esúrú” (tipo de inhame).

A expressão “Não evocar a Esúrú” significa: “Não dizer o que não sabe”.

 

Significado:

 

O sacerdote não deve dizer sobre aquilo que não sabe. Não deve enganar as pessoas com um falso conhecimento. Não deve inventar informações. Isso atrai a morte. Não no sentido denotativo, mas sim, no sentido conotativo. É necessário o legítimo conhecimento para que possamos obter uma religião legítima também.

 

O Segundo Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que não chamassem aos outros de Esúrú”.

(não devemos chamar de sagrado tudo aquilo que é profano).

 

Devemos saber distinguir o que é sagrado e o que é profano. Não sabendo isso, a pessoa pode chegar ao fanatismo religioso, e aos olhos de Ifá isso é abominável.

 

O Terceiro Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que não se deveria chamar forças da forma errada (odidé); ou seja – morcegos.

Este ensinamento nos mostra que não devemos dar conselhos ruins para aqueles que ainda não entendem. Não devemos dar orientações más, com fins maléficos.

 

 

O Quarto Ensinamento de Ifá:

 

“Eles Avisaram que não dissessem que as folhas do Arabá são folhas de Oriro”.

Este ensinamento nos mostra que não devemos alterar de forma alguma os rituais com objetos que não sejam sagrados. Não significa necessariamente que não poderemos usar um determinado elemento, mas sim – que não devemos utilizar aquilo que não possui valor algum no mundo da espiritualidade de forma iludida – como se tivesse tal valor.

 

O Quinto Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que não deveria mergulhar fundo aquele que ainda não sabe nadar”.

Esta passagem nos ensina que o “saber” é a base para se “fazer”.

O sacerdote não deve executar e nem passar os fundamentos e os ensinamentos os quais não foram concebidos. Se você não tem cem reais para dar, então não dê. Se você não tem sabedoria sobre um determinado assunto, então não dê. Se você não tem A e tem B, você só tem permissão para ensinar sobre o B, ou dar sobre o B. Jamais o A.

 

O Sexto Ensinamento de Ifá:

 

“Eles disseram que agissem com humildade”.

 

O amor próprio é fundamental, mas, não se compara ao egoísmo. Amor próprio é uma coisa. Egoísmo é outra totalmente diferente. Ifá nos ensina que não devemos ser pessoas egoístas, principalmente os sacerdotes.

Ensina também que o sacerdote, ao saber sobre determinada informação, jamais deve se deixar levar pelo “nariz em pé”. Deve ser humilde e nunca, jamais, achar que sabe sobre todas as coisas. Sempre, em todos os caminhos da vida, por mais simples que seja, nós aprendemos algo e jamais seremos detentores de toda a verdade.

 

Sétimo Ensinamento de Ifá:

 

“Eles disseram que não se deve entrar na casa de um Arabá (aquele que guarda os segredos da chefatura de Ifá) com más intenções”.

 

A casa do Arabá é o templo onde a iniciação é obtida.

 

Esta passagem nos mostra que a iniciação na religião ou na espiritualidade ligada a Ifá é uma coisa muito séria. Não devemos nos iniciar por conta do exibicionismo. Devemos nos iniciar com as intenções mais puras. Não devemos nos iniciar acreditando que ganharemos poder e que seremos melhores do que os outros. Jamais isso deve acontecer.

 

Se você não se iniciar com amor, com verdade e com respeito, mesmo tendo passado por todos os rituais, jamais você será um verdadeiro iniciado.

 

Oitavo Ensinamento de Ifá:

 

        “Eles avisaram que não deveriam usar as penas do Ekodidé para limparem seus traseiros”.

 

Os conhecimentos e os rituais jamais devem ser utilizados em vão. Utilizar os conhecimentos de ifá em ocasiões não necessárias significa profanar aquilo que é sagrado.

 

Nono Ensinamento de Ifá:

 

        “Eles avisaram que não se deve defecar no Epô”.

 

É muito simples interpretar essa passagem: sujeira e desorganização são duas coisas que não combinam com Orixá.

 

Décimo Ensinamento de Ifá:

 

“Eles reivindicaram que não se deveria urinar no Afó”.

 

Da mesma forma que o ambiente deve ser limpo, as comidas para os Orixás devem ser também. Devem ser preparadas com amor e carinho, como se fosse para nós mesmos.

 

Para quem não sabe, Afó é o local onde se planta dendê, em terras iorubas.

 

 

Décimo Primeiro Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que não se deve retirar a bengala de um cego”.

 

Isso significa que jamais devemos deixar as pessoas no escuro. Aquelas pessoas que nos buscam pedindo orientação. Nos ensina que jamais devemos menosprezá-las por elas saberem menos fundamentos ou por terem menos experiências de vida.

 

 

Décimo Segundo Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que jamais se retira o bastão de um ancião”.

 

Esse ensinamento nos mostra que devemos ter respeito com os nossos mais velhos. Eles possuem mais experiência que nós, por mais que não demonstrem isso.

Mesmo que não possuam tanta sabedoria, ou técnicas como nós, por mais que saibamos sobre as coisas e sejamos inteligentes e bem sucedidos, jamais deveremos tirar o bastão de um ancião.

 

 

Décimo Terceiro Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram para que não se deitassem com a esposa de um Ogboni”.

 

A palavra Ogboni ao pé da letra significa sábio, inteligente, fundamentado; ou seja – pessoas dignas de respeito.

 

Isso significa que um sacerdote ou um discípulo de Ifá ou dos Orixás devem ser pessoas integras. Devem equilibrar as leis de Deus com as leis dos homens. Devem ser pessoas dignas de respeito. Devem ser pessoas que fazem por onde. Que andam na linha.

 

 

 

 

 

Décimo Quarto Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que jamais se deve deitar com a esposa de um amigo”.

 

É muito simples essa interpretação.

Significa que a amizade é muito importante e que jamais devemos trair um amigo. Diz a cultura que – a maior injúria que um sacerdote pode executar é “se deitar com a mulher de um amigo”.

 

Na cultura Ioruba, a amizade é algo realmente muito sagrado. É algo muito sério.

 

 

Décimo Quinto Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que não semeassem discórdias religiosas”.

 

Décimo Sexto Ensinamento de Ifá:

 

“Eles avisaram que os sacerdotes devem respeitar e jamais desejar deitar-se com a esposa de um outro sacerdote”.

 

Isso significa que, todos as pessoas que possuem cargos religiosos, independentemente de hierarquia, devem respeitar uns aos outros.

Não se deve condenar outro sacerdote por ele estar fazendo coisas erradas. E nem se deve humilhar. Deve-se contribuir para que ele cresça, ajudando-o com os ensinamentos de Ifá.